Por Jairo
Alves (Projeto apresentado na disciplina de Estágio Supervisionado
II: Oficina de Inst. Didáticos, do curso de graduação da Universidade Estadual
Vale do Acaraú-UVA-2010)
INTRODUÇÃO
Através da
utilização de fontes alternativas como desenhos, fotos, charges,
revistas e
documentários. Temos o objetivo de criar um projeto “político” e “pedagógico”,
político no sentido de formar um cidadão crítico para lhe dar com os problemas da sociedade, e
pedagógico para possibilitar a intenção da escola de formar um cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. ( DI PAULA, Márcia Regina. Organização do Trabalho Pedagógico.
Curitiba: Ibpex, 2008, p.103.)
Os desenhos
animados muitas vezes voltados para o conteúdo histórico, como o desenho que
conta a história da chegada da família real no Brasil ou mesmo a história contada
por marionetes que é exibido regulamente pela TV Escola, pode servir como forma
de tornar a aula mais interessante para o aluno. Levando em conta a faixa de idade
de cada serie, o conteúdo deve ser apresentado em escala crescente de complexidade,
quanto maior for o grau de desenvolvimento do aluno por série.
O fato de trabalharmos com desenhos animados em sala de aula, se torna justificado já que vários desenhos
exibidos pela TV aberta brasileira tem viés pedagógico, como o desenho “As Aventura
de Hércules”, de caráter mitológico que conta por capítulos apresentados,
pequenas histórias do semi-deus Hércules e a relação deste com os deuses da
Mitologia Grega. Assim podemos trabalhar o Mito na sociedade antiga e principalmente o
entendimento do aluno sobre os conflitos existentes na sociedade ao logo da
História.
Temos assim, diferentes
ferramentas visuais para se trabalhar em aula, como os desenhos que podem ser
usados tanto os que são exibidos pela TV aberta (As Aventuras de Hércules, A
Chegada da Família Real no Brasil etc.) como revista em quadrinhos como os da
Turma da Monica, Mafalda e diversas Charges de fácil acesso em livro. Os desenhos representam o primeiro contado
da criança com a história, visto que antes do aluno começa sua vida estudantil
por volta dos 05 anos de idade, ou de 05 a 12 anos, quando a criança passa a questionar o porquê das coisas, e inicia-se a sua busca para entender o
mundo a sua volta.
Ela assiste a uma série de desenhos animados e ver uma alguns filmes que podem servir como primeiro passo do professor em sala de aula.
Sem perceber a
criança tem o envolvimento com a história, até nos desenhos animados que ela
assiste em casa, estes muitas vezes retratam fatos históricos, e pode ser uma metodologia
diferenciada para o uso dos mesmos pelo professor. A aprendizagem também se
processa fora da escola, através de diferentes meios, o que não pode ser
negligenciado pelo professor. (SILVA,
Marcos Antonio. Represando a História.
6ed. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1994. p.22)
Diferenciando
as aulas de história para que elas não “sejam algo livresco”, a relação desta
metodologia de uso de gravuras, desenhos animados, filmes, revista e livro
didático têm como objetivo primeiro, o desenvolvimento de noções de cidadania,
de senso critico, e de transmitir ao aluno o entendimento de seu papel na
sociedade.
O jovem que
encontrasse no meio muitas vezes confuso da sociedade, deve ter o entendimento
da sociedade como o todo e a sua importância para modificá-la.
Trabalhando
para que o aluno compreenda de forma sutil os conflitos dos quais ele faz parte,
sem perceber. Com perguntas simples, como por que ele estuda em uma escola pública?
O motivo pelo qual ele não tem dinheiro para o lanche? E recursos para o material
escolar?
É possível
trabalhar logo na sua fase de desenvolvimento (series 5º à 9º ano) o seu senso
crítico, para que o aluno perceba os problemas sociais existentes na sociedade.
O desenho
“Hércules”, que passou por diversas vezes na rede de televisão aberta serve
para relacionar o desenho com o conteúdo de história antiga. Já que esse
desenho conta as aventuras de um semideus, Hércules filho de uma humana com o deus
da mitologia grega Zeus. A partir daí, o professor pode fazer a relação dos
personagens com o conteúdo do livro didático, na matéria de história antiga.
Buscando entender os conflitos do personagem com a sociedade que ele vive, pode
se traçar um paralelo com a sociedade moderna e observar junto com o aluno
quais os problemas que um jovem enfrenta na sociedade de hoje, nesse paralelo
compreender qual o papel do jovem ao longo da história.
Porém, devesse tomar cuidado com as armadilhas
da história, devemos discutir com os alunos os conceitos de “Diferentes Deuses”,
“Mitologias”, “Realidades Históricas” de povos variados, para não se ter a
noção de sociedade humana, como uma sociedade homogênea e perfeita, sem
conflito. É preciso trabalhar a noção de humanidade, igual como espécie, mas
diferente como sociedade, sempre em busca dos conflitos existente nas
sociedades dos homens ao longo da História.
Perguntando,
por exemplo, quais sãos os deus da mitologia grega que são mencionados no
desenho? Quais são os outros deuses que se conhece, além dos que são
apresentados no desenho? Quais outros mitos de culturas diferentes da grega se
conhece?
Podemos
trabalhar a pluralidade de religiões, a partir de comparações de religiões
diversas, de povos diferentes. O que o aluno percebe de diferente na forma de
agir e nos costumes do personagem para a nossa realidade? O que ele percebe de
histórico no desenho? Quais os conflitos enfrentados por ele?
Outra fonte de
mídia que pode ser utilizada pelo professor para relacionar o conteúdo do livro
didático com os fatos históricos, são os filmes, estes são voltados para series
mais avançadas, como alunos do ensino médio. Estes podem aborda temas mais
complexos como as relações de gênero entre homem e mulher ao longo da história,
a relação de pai e filho, etc.
Exemplo: o
filme “300 de Esparta” onde mostra a rígida educação dos meninos gregos na
Esparta da antiguidade. Ou os filmes da série “Harry Potter”, onde se retrata os
mitos medievais como os bestiários como o Dragão, o Unicórnio, o Lobisomem,
Bruxas e etc. Já no descobrimento da América temos o filme “1492 o
descobrimento do paraíso”, que mostra o choque da cultura europeia com a
ameríndia.
DELIMITAÇÃO DO TEMA
Relacionar
o conteúdo didático das aulas de história com os desenhos animados que as
crianças assistem em casa, e criar a possibilidade de interligar disciplinas
diferentes de forma inter-disciplinar, como história e geografia.
OBJETIVOS
Gerais
A metodologia
proposta pelo projeto, é que o professor, demonstre para aluno através da
discussão professor-aluno (debate) que a história esta em sua volta, “todo o
tempo”, até quando o mesmo encontrasse assistindo um desenho ou um filme.
Assim, temos o
pré-suposto de “conhecimento de mundo do aluno”, que pode ser discutido em sala
de aula, antes de se fazer o trabalho com as mídias, como desenhos animados,
filmes, documentários, slides e transparências.
Além que o professor
deve buscar horários alternativos para assistir os filmes e fazer uma discussão
critica junto com os alunos, já que esta é a principal proposta do projeto,
pois não tem muita utilidade passa o filme sem as devidas observações do
professor, visto que estes são feitos para o mercado capitalista e muitas vezes
contam uma História diferente da que deve ser abordada pelo professor (História
crítica).
Inovar as aulas de história através da busca
de fontes diversas, além do livro didático, como os desenhos animados, mapas
mundiais, revista em quadrinhos, o uso do globo terrestre e filmes etc.
Especifico
Despertar o
interesse do aluno no conteúdo de História ministrado em sala de aula a partir
do cotidiano do aluno em casa e através de fontes diversas em sala de aula.
Assim, com recursos diversos conseguiremos
aguçar o interesse do aluno pela a História, ficando mais fácil trabalhar o
senso critico do mesmo, com esse método conseguiremos transmitir com maior
facilidade a noção de importância que o indivíduo tem na sociedade.
Valorização
da experiência extra-escolar; como regra da LDB. (TITULO II, Art. 3º, Inciso X).
Desenvolver a capacidade de aprender do
aluno, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, e da escrita. (LDB.
CAPÍTULO II, Seção III Do Ensino Fundamental, Art.
32º, Inciso I)
JUSTIFICATIVA
Notando que
cada vez mais a discussão dos profissionais da educação, diz respeito ao
desinteresse dos alunos pelo conteúdo histórico, e aceitando a crítica de Paulo
Freire de que talvez o “desinteresse dos alunos pelas aulas seja uma forma de
resistências pela forma tradicional como as aulas são ministradas”. Propomos
buscar despertar o interesse dos alunos pelos conteúdos de História através de
ferramentas alternativas em sala de aula.
METODOLOGIA
Após assistir
algum episódio de uma lista de desenhos, com o qual haja a relação entre o
conteúdo do livro e o desenho, o professor pode fazer a relação deste conteúdo
com a história.
Pode-se
indagar o aluno a fazer uma crítica ao que ele acaba de assistir, com isso
buscamos gerar no aluno uma opinião crítica a respeito do mundo que o rodeia.
Por exemplo, o
desenho “Hércules” pode mostrar a influência da civilização Grega no mundo
moderno. Já o desenho “Cavaleiros dos Zodíacos” pode mostrar a relação de
interação entre diferentes culturas, visto que este desenho animado faz uma, mistura
de elementos da mitologia Grega com a
mitologia Zoroastro dos Persas.
O clássico
filme “Tempos Modernos”, onde se retrata o homem moderno diante das mudanças
que os avanços tecnológicos trazem a vida dos trabalhadores e a dificuldade de
sobrevivência diante das imposições do mercado capitalista, nos permite
analisar os conflitos enfrentados pelos trabalhadores nos centros urbanos. Além
de podemos trabalhar outros livros como complemento do livro didático.
Cronograma
de Execução:
1º
A aula se iniciaria com a explicação do projeto pelo professor, aos alunos, que
devera fazer uma abordagem clara dos objetivos pretendidos por ele.
2º Aula em
circulo, “mesa redonda”, com o levantamento de questões a serem respondidas na sequencia
da disciplina.
3º Pesquisa
teórica do tema para aproximar o educando do conteúdo estudado.
4º Exposição
do tema pelo professor, exemplo Capitulo 5º do Livro Nova História Critica (SCHMIDT,
Mario. Nova História Crítica. São
Paulo: Nova Geração 1999. p.75-89), analise da Revolução Francesa
como um processo Histórico, como consequência de fatores que vinha se
aglutinado naturalmente, visto que os servos vinham sofrendo com a exploração
dos senhores feudais na Idade Media, ocasionado indignação e revolta no
Terceiro Estado francês (A sociedade francesa era dividida em três Estados 1º
Membros do Clero, 2º Nobres e 3º Pequenos comerciantes, artesões, etc).
5º Exposição
de Slides ou Documentário sobre a Revolução Francesa.
5º Analise e
discussão em turma, após exposição das mídias, para questionamentos, seguida de
levantamento de respostas para os questionamentos feitos na aula.
6º Produção
de texto síntese do que foi estudado em sala de aula pelos educando.
Avaliação dos Alunos que Participaram do Projeto:
Avaliação será
realizada de modo a incentivar a participação dos alunos nas aulas de História,
incentivando a produção de textos sobre a opinião dos mesmos sobre o tema
discutido. Deixando o método tradicional de lado, que utiliza provas objetivas,
pelo método de produção de texto pelos alunos.
·
Nota por participação.
·
Nota pelo Texto Síntese do Tema
produzido pelos alunos.
·
Nota pelo Texto Entendimento do
tema pelo aluno.
Exemplo de Livro a ser utilizado pelo professor:
·
ROUSSEAU, Jean Jacques. Do Contrato Social. 3ºed. São Paulo. Editora Martin Claret, 2009.
Livro
Clássico da Literatura Mundial pode ser usado para explanar o pensamento dos
teóricos que contribuíram para a Revolução Francesa. Essa explanação pode ser
feita com a leitura de pequenos trechos do livro, assim, temos o contato da
Disciplina História com a Disciplina de Letras Português, objetivando
incentivar a leitura de livros diversos pelo aluno, e não só o livro didático.
·
SCHMIDT, Mario. Nova História Crítica. São Paulo: Nova
Geração 1999. Livro do 7º ano do Fundamental II traz o conteúdo da Revolução
Francesa (paginas 75-89) de forma crítica.
·
Charges do
Livro acima:
P. 70 Um
quadrinho da Mafalda criticando a noção do que é ser americano.
P. 296 Figura
crítica da forma como a escravidão foi abolida no Brasil.
BIBLIOGRAFIA
DI PAULA, Márcia Regina. Organização do Trabalho Pedagógico. Curitiba: Ibpex, 2008,
p.99-136.
FREIRE, Paulo. Pedagogia
do Oprimido. 17ºed. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1987.
VASCONCELOS, Francisca Verônica. Protagonismo Juvenil – Os Jovens da Década
de 60 e os Movimentos Estudantis. Sobral. Projeto de Oficina de Instrumento
Didáticos, 2009.
SILVA, Marcos Antonio. Represando a História. 6ed. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1994.
MINI-CURSO
Discussões realizadas no mini-curso: Sobre História o Ensino e Pesquisa na
Educação Básica, realizado na VII Semana de História da Universidade
Estadual Vale do Acaraú- UVA. Sobral, 2009.
LEI
LDB, Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996.
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